
Há ao menos 19 maneiras conhecidas de reduzir o risco de desenvolver Alzheimer, todas apoiadas por fortes evidências científicas. A doença, incurável, é também a forma mais comum de demência (um termo geral para a perda de memória e habilidades intelectuais), tem evolução lenta, começa com perda de memória e termina com danos cerebrais graves.
“Adotar as medidas preventivas pode fazer uma pessoa desenvolver a doença mais tarde. Em vez de os sinais aparecerem aos 70 anos, surgem aos 80, por exemplo. Um ganho de qualidade de vida de ao menos 10 anos”, explica a neurologista Jerusa Smid.”
As medidas de prevenção foram elencadas em duas meta-análises (revisão de diversos estudos) divulgadas nas revistas científicas The Lancet e Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, em 2020, que analisaram estudos sobre prevenção, tratamento e cuidados em casos de demência, sobretudo Alzheimer.
O consumo excessivo de álcool, o sedentarismo, o tabagismo e a alimentação pobre em nutrientes, que aumente o risco de obesidade, diabetes e hipertensão são os principais fatores de risco, segundo a publicação.
Maneiras de tentar prevenir o Alzheimer
As principais ações preventivas (por indivíduos ou autoridades públicas) apontadas pelas duas meta-análises incluíram:

- Manter o nível adequado de açúcar no sangue e o peso sob controle para evitar diabetes
- Manter o peso em um nível saudável, normalmente abaixo de um índice de massa corporal (IMC) de 25
- Obter o máximo de educação escolar possível a partir da infância
- Evitar traumatismo craniano (como concussões)
- Manter-se cognitivamente ativo com leituras e aprendendo coisas novas
- Evitar ou controlar a depressão
- Gerenciar o estresse
- Tratar a “hipotensão ortostática” (sensação recorrente de tontura ao se levantar)
- Manter a pressão arterial sob controle a partir dos 40 anos
- Examinar os riscos de perda de audição ao longo da vida e adotar aparelho auditivo se necessário (perda auditiva está associada a dano na região cerebral vinculada à memória)
- Praticar exercícios físicos
- Gerenciar a fibrilação atrial, que é uma frequência cardíaca rápida e irregular devido a sinais elétricos caóticos no coração (com acompanhamento médico regular)
- Comer alimentos com vitamina C ou tomar suplementos (frutas cítricas, como laranja e acerola; legumes, como cenoura, pimentão amarelo e pimentão vermelho, e verduras, como couve e brócolis)
- Evitar abuso de álcool
- Evitar o hábito de fumar
- Ter sono de boa qualidade
- Evitar terapia de reposição de estrogênio no pós-menopausa (isso não se aplica em casos de menopausa precoce ou Peri menopausa)
- Evitar o uso de medicamentos para demência como prevenção
- Praticar exercícios mentais como jogos de quebra cabeça, caça palavras, cruzadinhas etc.
Como até hoje a medicina não descobriu o que realmente causa a doença de Alzheimer, as medidas consideradas preventivas tendem a retardá-la, não evitá-la, explica a neurologista Jerusa Smid, coordenadora do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).